Tenho um dado vetorial de pontos ou de linha com dois atributos, mas quero apresentar no mesmo mapa.
Esse é um problema clássico da cartografia temática, especialmente para a composição de mapas síntese. E o QGIS pode resolver isso: só precisa um pouco de coragem para explorar suas potencialidades.
Para dar um exemplo, pense em todas as 5564 cidades do Brasil como um dado de geometria pontual. Na verdade, nem precisa imaginar, pois a figura já mostra:
Agora considere que temos dois atributos que queremos mostrar em um único mapa: a população em 2010 para cada cidade e sua respectiva taxa de crescimento em relação ao ano de 2000. Quando se trabalha com apenas um atributo, isso costuma ser resolvido criando-se uma graduação de cor (ou mapa coroplético) para a amplitude dos atributos (aos novatos: propriedades da camada> estilos > símbolo graduado > escolher atributo e método de classificação). Abaixo, uma amostra de como fica o dado da população em 2010 das cidades do Brasil graduado em quintis (cinco classes de percentis) em uma rampa de cores (sim o roxo é o quinto quintil, a faixa maior).
Agora vamos ver como adicionar a informação da taxa de crescimento em função do diâmetro do ponto. Assim, poderemos apresentar mais um atributo. A mesma coisa pode ser pensada para dados de linha, explorando a espessura em vez do diâmetro. Para polígonos podemos trabalhar em duas graduações de cores simultâneas, mas isso vai ficar para outro post 😉 .
O segredo é editar o diâmetro. Abra a calculadora de campo e desenvolva uma expressão que retorne os diâmetros desejados em função do atributo desejado (no caso, é a taxa de crescimento 2000 – 2010 e estou retornando o valor correspondente em milímetros).
Eu gosto de usar a famosa estrutura condicional CASE que providencia um meio de criar classes discretas. Isso irá facilitar no momento de compor uma legenda. Mas nada impede você de criar funções contínuas mirabolantes (recomento usar logaritmos) para configurar o diâmetro ou a espessura de seu dado em função de um atributo qualquer.
O resultado final será um mapa bivariado, com duas informações sendo visualizadas apesar de apenas um único dado.
Outro segredo é configurar a ordem de renderização para que pontos maiores não cubram os menores. Isso fará toda a diferença no mapa.
De longe o resultado pode ficar um pouco poluído, mas isso depende do zoom e de como configurar o tamanho do diâmetro ou seu formato (milímetros, em pixel ou unidade do mapa)
Com um pouco de tratamento final, com camadas auxiliares, o resultado sem dúvida vai impressionar!
A fonte do dado de cidades é do censo do IBGE (2010, 2000).
Muito bom!! Achei genial. Uma explicação gostosa de ler, bem explicada e ao mesmo tempo bem complexa. Parabéns pela iniciativa.
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